quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Atropelamento...

Hoje vi uma cena horrível, tristíssima...

Uma mulher foi atropelada por um ônibus, na hora do almoço (dia 04/11), na av. Álvares Cabral.

Quando passamos, no ônibus 2004, eu estava entre ler, e cochilar. Não pudemos entrar na Álvares Cabral, como de praxe, e me despertei com as expressões ruidosas de espanto dos outros passageiros. Olhei para a direita e vi o outro ônibus, também um 2004, parado no meio do quarteirão. Logo atrás, um rastro vermelho, alaranjado e bege. Pensei que aquilo não podia ser o que eu estava pensando, mas era...

O ônibus, 2004, vinha da Afonso Pena e virava à direita na Álvares Cabral, quando sua lateral traseira acertou e arrastou a mulher que atravessava a rua - ou apenas esperava - na faixa de pedestre, cujo sinal estava fechado e aberto para veículos (informações fornecidas por pessoas que estavam no ônibus em questão e depois entraram no ônibus em que eu estava).

Rapidamente começou-se a falar sobre o assunto, pessoas que viram o acidente entraram no ônibus e contaram que o ônibus tinha arrastado a mulher sem que o motorista percebesse. A polícia foi chamada, chegou, cobriu o corpo e chamou a perícia, pois nem adiantava chamar o SAMU.

Que tristeza...
(continua)

Lévi-Strauss




Há um mês do seu aniversário de 101 anos (que feito diz meu tio, parece mais número de apartamento do que idade), Lévi-Strauss morreu.

Eu nunca fui uma expert em antropologia. Mas, após quatro anos de Ciências Sociais, posso dizer que as noções estruturalistas que aprendi ao estudá-lo e ler seus escritos me influenciaram bastante, não me acrescentando um novo conhecimento em antropologia, mas mudando meu olhar e minhas convicções sobre o mundo à minha volta.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Verdades???

Acho que a verdade é que a verdade é de cada um. É a impressão que cada um tem das coisas da vida e das verdades do outro. Cada um tem seu eu, suas certezas, suas intenções, e é difícil saber o que isso causa no outro...
Sobre isso não se tem controle!

Nâo raro, ninguém quer mesmo saber a verdade. Às vezes ela incomoda. Irrita. Enraivece. Dá trabalho...

(E eu com essa minha mania de sinceridade...)

domingo, 1 de novembro de 2009

Correção

Com muito atraso, corrijo o último post. Fui informada que a Monsanto não impediu a disseminação desta cartilha...

Mas, o meu real interesse, é divulgá-la aqui, pra quem quiser saber mais sobre o assunto.

Até mais!

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Orgânicos!

A cartilha "O Olho do Consumidor" foi produzida pelo Ministério da Agricultura com arte do Ziraldo, para divulgar a criação do Selo do SISORG (Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica).

A idéia era padronizar, identificar e valorizar os produtos orgânicos.

Infelizmente, pelo que fui informada, a multinacional de sementes transgênicas Monsanto obteve uma liminar de mandado de segurança que impediu sua distribuição.

O link para o arquivo no site do Ministério da Agricultura está vazio.

Vamos distribuir eletronicamente a cartilha.

Se você concorda com esta idéia, continue a distribuição para seus amigos e conhecidos!
Acesse, baixe e divulgue a cartilha por aqui.

Ou aqui: http://www.artefatocultural.com.br/portal/uploads/cartilha_ziraldo.pdf

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Varridices alheias: Galo Frito

Segue o release do Galo Frito feito pela Mariana Pimenta.

Bacana a ideia e os vídeos!

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Requebrado, humor e criatividade: a fórmula de sucesso do Galo Frito

Depois de Dancing Lula, chega Dancing Obama, a vingança!

Com certeza você já ouviu alguém dizer: “se quer aparecer, coloca uma melancia na cabeça”. O publicitário e humorista Mederijohn Corumbá usou da sabedoria popular para chamar a atenção para o Galo Frito, programa humorístico do qual é fundador.

Mederijohn vestiu-se com um elegante terno preto, escolheu um belo cenário, com a orla de Balneário Camboriú ao fundo, e dançou incrivelmente durante 3’45”, gravando tudo com sua filmadora digital. Ao invés da melancia, colocou digitalmente sobre sua cabeça fotos do presidente Lula. Estava pronto o Dancing Lula, um vídeo feito para estourar na internet. “A idéia de fazer um vídeo com dança veio do Evolution of Dance, que tem mais de 122 milhões de views no youtube”, explica Mederi. A música Harder Better Faster Stronger, do Daft Punk, é outro sucesso no site de vídeos, um fenômeno conhecido como Daft Hand and Body.
O sucesso do Dancing Lula foi imediato. Apenas no dia 27 de maio de 2009, quando foi lançado na web, o vídeo teve mais de 80 mil visualizações no youtube e foi capa do portal UOL, onde alcançou outros 70 mil views. No decorrer da semana, o Dancing Lula foi destaque em blogs e sites, como Revista Época e Estadão. Em pouco mais de uma semana, o vídeo conquistou mais de 300 mil visualizações somando os players em que foi inserido: youtube, UolMais, Virgula, FizTV, entre outros.

Dancing Obama – The revenge

Obama, enciumado com a ginga e requebrado do popular presidente brasileiro, resolve mostrar para Lula quem é o mestre da dança. Afinal, ele que é o presidente da publicidade e da internet.

Com esse roteiro, Mederijohn lançou no dia 30 de junho de 2009 o Dancing Obama – The Revenge. A música escolhida para a coreografia do presidente americano foi U can’t touch this, MC Hammer. Para caracterizar e diferenciar o cenário usado por Obama, Mederi inseriu digitalmente a estátua da liberdade no litoral de Balneário Camburiú e também a bandeira americana.
“Os vídeos são fruto de muito trabalho e paciência. Não tive a intenção de passar qualquer mensagem, contra ou a favor dos presidentes. São vídeos totalmente voltados para a diversão”, conta o autor.

O resultado

Com o sucesso do Dancing Lula, o Galo Frito firmou uma parceria com o canal MTV Brasil para exibição de vídeos de humor no programa Portal MTV nas noites de segunda-feira. O grupo ainda ganhou um blog no site do canal: www.mtv.com.br/galofrito.

O humorístico foi criado em meados de 2006 por Mederijohn Corumbá (Mederi) e Guilherme Angeli, com a intenção de ser um programa de humor diferente, com esquetes no formato de curtas-metragens. Convidaram André Petermann (Buda) para fazer parte do projeto e assim nasceu o Galo Frito. Com a morte de Guilherme, o projeto ficou na geladeira por seis meses.

Em 2007, com o intuito de dar continuidade ao Galo Frito, Mederi e Buda convidaram Tiago Cadore e juntos fazem um piloto que enviam para o canal FizTV. Desde 14 de abril de 2008, o grupo tem um espaço fixo na grade do canal.

Daí em diante, o Galo Frito só cresceu. “Estamos sempre evoluindo e aperfeiçoando. Fazemos vídeos de humor de forma diferente, usando técnicas de cinema para televisão, assim encontramos novos parceiros para a divulgação do humor gorduroso que fazemos”, conta Mederi.



Contatos: mederii@gmail.com / www.galofrito.com.br / www.twitter.com/galofrito/ www.mtv.com.br/galofrito

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Michael...

Muito triste a morte do Michael...

Segue um link para o blog do meu irmão, que descreve bem a tristeza da perda do nosso ídolo desde pequenos:

http://www.bonks.com.br/b2/2009/06/michael-e-eu/

terça-feira, 30 de junho de 2009

Das pessoas ilustradas.

Todos tem farpas e farras.
Viver arranha,
Mas também lustra.
E ilustra!

Penso que uma pessoa vivida
Seja daquelas bem ilustradas.
Quiçá ilustres,
Em seus lustres arranhados.

Mais de amor.

"Parece-me fácil viver sem ódio, coisa que nunca senti, mas viver sem amor acho impossível."

Jorge Luís Borges

Descobertas poéticas...

Fazendo uma pesquisa para o trabalho achei esta poesia do mineiro Belmiro Braga.

Achei bonita. Tá aí, para um momento de varridice (ao contrário!) sentimental.



Palavras ao coração


Lá se o rio sai do leito,
no dia de inundação,
tu não podes do meu peito
sair fora, coração.

Vão do rio as grandes águas
inundando o campo infindo
como vão as minhas mágoas
para os meus olhos subindo.

O rio findando o inverno
sua antiga feição toma.
E tu vais rugindo eterno
coração que ninguém doma.

Se o desamor não toleras?
Não te entendo, coração,
tu vais rugindo, eterno,
entre as grades da prisão.

Coração, nem mais um salto,
fica já sossegadinho
não queiras subir tão alto
que te cansas no caminho...

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Coisas nada varridas!

Ando com muito menos tempo do que gostaria para postar aqui.

Longe de varridices belas e inofensivas, tem coisas que não dá pra engolir...

Como a aprovação da MP 458/09 pelo Senado, da regularização fundiária na Amazônia, que é um enorme retrocesso sócio-ambiental, principalmente no atual momento de discussões ambientais, climáticas e sustentáveis...

A pergunta que não quer calar, é: quando teremos de fato consciência que o respeito ao meio-ambiente é condição sine qua non para a nossa sobrevivência na terra?

A esse respeito, uma carta interessante da senadora Marina Silva!

Outro assunto impossível de não ser comentado são as eleições no Irã. O blog FiveThirtyEight apresenta dados interessantes da eleição de 2005 e da última, falando da repentina "mudança" do comportamento eleitoral dos iranianos. Vale a pena conferir.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Sozinhez em pílulas - I

I

Que saibamos
do valor e
da finitude
da Vida.

Sozinhez em pílulas - II

II

Constituo a não-resposta para tudo.

Sozinhez em pílulas - III

I
I
I

...SOLIDÕES...

Triste é aquela no meio da multidão, de vários, de muitos, de conhecidos, de íntimos...
Tristes são todas, pois revelam um vazio do tamanho do universo em alguém tão pequenininho... Todas, pois solidão nada mais é do que o só sozinho...

Sozinhez em pílulas - IV

IV

...Sozinhez...

Não, não é triste não. É fato dito e dado e pronto. E pode ser boa. Legal demais. Engrandecedora. Aglutinadora. Incrível quando bem sabida. Na minha sozinhez cabe um múltiplo e infinito universo particular. E me divirto com isso. E com ele.

Sozinhez em pílulas - V

V

Mundo e submundo, paraíso e inferno, dois mundos em um só, é o onde vivemos. Um mundo denso e ambíguo, doce e amargo, racional e hipócrita... Sons e silêncio não fazem parte da música?

Sozinhez em pílulas - VI

VI

Folhas em branco me despertam ímpetos de preenchê-las...
Às vezes, porém, é tanto para dizer,
que elas em branco querem dizer mais.

Do efêmero...

O efêmero tanto me encanta,
que, vez ou outra,
Me faz querer eternizá-lo...

terça-feira, 28 de abril de 2009

O tempo...

Pensando bem,
o tempo não é mesmo relativo...

É a nossa intensidade,
- muitas vezes tão surpreendente!
Que o enche de forma diferente.

Tem dias que vamos ao sabor do tempo.
Já outros - normalmente muito especiais -,
parecem não dar conta
Do tanto que a gente sente.

(continua)

quinta-feira, 23 de abril de 2009

'Negócio' de gente

Será que um dia a gente realmente sabe onde mora o eu do outro?

Coisas do coração...

Descobriu que gostava dele
quando procurou, lá no fundo,
motivos para tal -
e não os encontrou.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Haja ar!

Ar
Respirar
Encher
Esvaziar
Pré-encher
SoprAr
InspirAr
VarzeAr
SoltAr
Mais ar!
E margear.

Deviveres.

A vida, mesmo,
Se encontra no devir.
É uma vida de devires
Ou um devir de viveres?

Ufa...

Estava Vera ali, na areia da praia, a observar a noite chegar. Estar só é bom para estar bem acompanhada, pensou ela, observando-se. Dá para escolher quais estímulos seguir, sem muitas vozes, perguntas, timbres. E sem ser mal educada de não querer responder. Ah! O silêncio da solidão... Eu, a menos de metros daquela moça - não sei quem me contou que se chamava Vera, talvez ela o tenha dito antes, como dizia tudo isso em voz alta -, também assistia à chegada meiga e triunfante da noite, enquanto ouvia seus pensamentos todos. Todos eles que, na sozinhez, vinham em alto e bom som. Também admirava o estar só, não como solidão, como sozinhez. Solidão pesa uma tonelada, essas letras assim combinadas. Solidão tem mais a ver com a alma que com as outras pessoas ao redor. Almas vazias independem de pessoas ao redor. Esse segredo foi uma moça que me contou uma vez, há um tempo tão grande que eu nem me lembro mais. Parecia sonho. Ela deitada numa cadeira de praia, em pleno raiar da noite, na alta boemia. Achei que estava dormindo. Ou altamente ébria. Que nada! De repente abriu um olho só e me chamou. Psiu. Foi assim mesmo que ela me chamou. Disso lembro bem. Levei um susto do demônio. Assusto fácil, de dar pulo pra cima. Pois bem, depois do pulo pra cima fui lá, como se não houvesse outra alternativa que não obedecer a mocinha da cadeira. Semblava um semblante tranquilo de quem chegou bem aos oitenta anos e sentou naquela cadeira para descansar por uns mesesinhos. Uma moça. Vivida e serena. Psiu. Vem cá menina. Hesitei lá dentro, mas não demonstrei isso nos meus movimentos. Cheguei bem pertinho, tive que me agachar e chegar bem perto daquela camisa que um dia fora branca. Me olhou bem forçando-me a olhá-la nos olhos. Como sou boba, pensei eu... Medo de olhar nos olhos. Olhei então e o medo passou. Foram milésimos de segundo que duraram segundos vários ao quadrado. Enfim ela soltou a frase. ALMAS VAZIAS INDEPENDEM DE PESSOAS AO REDOR. E começou a cantarolar uma música entre assobios e poucas palavras. Só consegui entender as partes sós. Como o pássaro que não era só. E alguém que ela queria chamar de só..

Pois bem, isso foi ela que me disse. Quer dizer, isso foi ela que acordou em mim, porque eu bem poderia ter falado o mesmo, mas o despertador dela veio antes que o meu lá de dentro. Então fiquei ali, ouvindo Vera, vendo céus, sentindo areia. Também concordava que a sozinhez podia ser uma boa companhia. E até então, achava que acreditava nessa história de liberdade para fazer escolhas, quando na minha própria e única companhia. Mais um ledo engano.

Achava que podia escolher quais estímulos seguir. Quando, de repente, eis que ali me vi sem escolhas, de repente eu era só olhos que o sol puxava e o mar também e já uma estrela no céu e do outro lado nuvens com cores mil, próprios algodões doces coloridos. E então não ouvia mais a tal da Vera. Ouvia cores, azul, verde, rosa, vermelho, laranja. Tem artista que acha que a pintura é mais organizada que a música. De nada sabem. Pois não é que minhas orelhas ficaram coloridas? Pareciam aqueles lápis de várias cores e uma só ponta com todas elas. Ouvia céu. Ouvia areia. Sentia estrelas. Via ventos e brisas, ventos e brisas. Calmaria. Via tudo. E sentia tudo. E ouvia tudo. E na minha boca, sentia um gosto gostoso de tudo bom misturado - parecia requeijão, caipirinha, brigadeiro, sorvete, pão de queijo, framboesa, picanha, ameixa, cerveja... Sentia que sentia tudo. Imagina um corpo todo seu e todo todo? Mãos, peito, orelhas, dedos do pé, cabeça, barriga. Era tudo EU. Sem soletrar, sabe? Sabe quando tudo parece fazer sentido mesmo se não faz nenhum? Quer dizer, se parece fazer é porque faz, para alguém, no mínimo. São letras embaralhadas, que algumas pessoas lêem como se fosse uma segunda língua e outras se embolam todas. Os poliglotas dessas linhasletraspalavrassentidos eram, muitas vezes, tratados como loucos. Ah! Se inveja matasse...

Achava que podia escolher quais estímulos seguir. Só quando eles não são tão grandiosos. Estímulos mais rasos nos tratam como simples orelhas, ou bocas, ou dentes, ou línguas, ou pernas, ou solas do pé, ou par de córneas. É só uma tentativa mal sucedida de estimular. O que eu sei, e isso completa uma lista de pouquíssimos ítens, é que quando fui inteira estimulada fui também conquistada. Quando o mar vira céu, que vira vários, que vira areia morna, que vira orquestra, não há como resistir. Não há sintonia que resista à vontade de querer sê-la por inteiro...